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Menopausa e desmotivação: uma abordagem biopsicossocial

Menopausa e desmotivação: uma abordagem biopsicossocial

A menopausa é um marco natural na vida da mulher, caracterizado por mudanças biológicas profundas e transformações que afetam tanto o estado emocional quanto o social. Um dos desafios frequentemente associados a essa fase é a desmotivação — um sentimento de perda de energia, propósito e prazer nas atividades do dia a dia. Entender a desmotivação sob uma ótica biopsicossocial permite uma abordagem mais completa e eficaz para lidar com os impactos dessa fase de transição.

O impacto biológico: hormônios e neurotransmissores

Biologicamente, a menopausa é marcada pela diminuição significativa dos hormônios sexuais, especialmente o estrogênio e a progesterona. Além de regularem o ciclo menstrual, esses hormônios têm um papel importante no funcionamento do cérebro. O estrogênio, por exemplo, ajuda a regular a serotonina e a dopamina, neurotransmissores associados ao prazer, à motivação e à sensação de bem-estar. Com a queda do estrogênio, há uma redução desses neurotransmissores, levando a uma sensação de apatia e falta de prazer em atividades que antes eram gratificantes.

Pense nos neurotransmissores como “combustível” emocional. Quando os níveis de serotonina e dopamina estão baixos, é como se o tanque estivesse vazio, dificultando a manutenção da motivação e da energia para realizar as tarefas diárias. O corpo, que antes funcionava com um “motor de alta performance”, agora parece operar em marcha lenta.

Além disso, o cortisol, o hormônio do estresse, pode aumentar durante a menopausa devido às mudanças hormonais e à resposta do corpo às tensões cotidianas. Níveis elevados de cortisol por longos períodos podem amplificar a sensação de cansaço e desmotivação, criando uma sensação constante de esgotamento, como se estivesse “carregando um fardo pesado” o tempo todo.

O impacto psíquico: desmotivação e autoestima

No plano psicológico, a menopausa pode ser um período de reavaliação da vida, do corpo e dos papéis sociais. Muitas mulheres lidam com uma sensação de perda de identidade, especialmente quando aspectos fundamentais de sua vida — como a fertilidade ou o papel de mãe — mudam. A percepção dessas transformações pode afetar diretamente a autoestima, gerando um sentimento de desvalorização ou inadequação.

A desmotivação, nesse sentido, pode ser vista como uma consequência do desgaste emocional provocado pelas mudanças internas e pela dificuldade em encontrar novos significados ou propósitos nessa nova fase da vida. É comum que mulheres em menopausa enfrentem a sensação de estarem “perdendo o controle” sobre aspectos importantes de sua identidade e vida pessoal.

Imagine estar dirigindo um carro, mas sem saber para onde ir. A menopausa pode trazer essa sensação de incerteza sobre o caminho a seguir, e a falta de direção muitas vezes se manifesta como desmotivação. Atividades que antes eram prazerosas perdem o brilho, e a energia para enfrentar desafios parece cada vez mais distante.

Além disso, mulheres com histórico de depressão ou ansiedade podem se sentir ainda mais vulneráveis durante essa fase. A desmotivação pode ser um sintoma que reflete a dificuldade em lidar com as mudanças emocionais, especialmente quando sentimentos de tristeza ou frustração começam a se sobrepor às expectativas de bem-estar.

O impacto social: papéis e expectativas culturais

Socialmente, a menopausa costuma ocorrer em um período de transição para muitas mulheres, que estão passando por mudanças em seus papéis familiares e profissionais. Muitas vezes, essa fase coincide com a saída dos filhos de casa ou a aposentadoria, o que pode gerar um sentimento de perda de propósito ou utilidade. Para algumas, o isolamento social também pode aumentar, à medida que os círculos de convivência mudam ou se tornam menos frequentes.

Além disso, a pressão cultural em torno do envelhecimento feminino pode intensificar a desmotivação. Vivemos em uma sociedade que valoriza a juventude e a produtividade, e mulheres na menopausa muitas vezes se sentem marginalizadas ou invisíveis. A ideia de que, ao envelhecer, perdem relevância pode criar um peso emocional adicional, reforçando a sensação de falta de energia e motivação para buscar novos desafios ou prazeres.

A comparação com outras pessoas — seja em redes sociais ou no ambiente de trabalho — pode aumentar esse sentimento de inadequação. É como estar em uma corrida em que, aparentemente, todos os outros parecem estar mais à frente, o que desestimula o desejo de continuar competindo.

A importância do autocuidado e da busca por propósito

Embora a menopausa seja uma fase de grandes transformações, é possível encontrar estratégias para lidar com a desmotivação e reencontrar o prazer e o propósito. Práticas de autocuidado, como manter uma alimentação equilibrada, realizar exercícios físicos regulares e adotar técnicas de relaxamento, podem contribuir para restaurar o equilíbrio hormonal e reduzir o estresse. Atividades como a meditação e a ioga, por exemplo, ajudam a aumentar a percepção do corpo e da mente, aliviando a sensação de cansaço constante.

Além disso, a busca por novos significados pode ser uma maneira eficaz de enfrentar a desmotivação. Encontrar novas atividades que tragam prazer ou investir em hobbies e interesses pessoais pode ser revitalizante. É importante também reavaliar os papéis sociais e encontrar novas formas de se sentir relevante, seja por meio de um novo projeto de vida ou de um envolvimento maior com atividades sociais.

Quando buscar ajuda?

Se a desmotivação se torna persistente e interfere nas atividades diárias, pode ser hora de procurar ajuda. Um psiquiatra, ao adotar uma abordagem biopsicossocial, poderá avaliar a situação de maneira mais completa e oferecer um tratamento que considere os aspectos biológicos, emocionais e sociais dessa fase.

O tratamento pode incluir antidepressivos, que ajudam a restabelecer o equilíbrio dos neurotransmissores, a terapia de reposição hormonal (TRH) quando for possível e viável, além de psicoterapia para lidar com as questões emocionais e encontrar novas formas de motivação e propósito.

A desmotivação durante a menopausa é um reflexo das complexas mudanças biológicas, psicológicas e sociais que ocorrem nessa fase. No entanto, com o suporte adequado, é possível atravessar essa fase de transição com mais equilíbrio e redescobrir novas formas de prazer e propósito na vida.

Dr Cyro Masci - autor 1
Autor: Dr. Cyro Masci
CREMESP 39126
Psiquiatra RQE CFM 9738
Psiquiatria Integrativa

Menopausa e desmotivação: uma abordagem biopsicossocial

Menopausa e desmotivação: uma abordagem biopsicossocial

A menopausa é um marco natural na vida da mulher, caracterizado por mudanças biológicas profundas e transformações que afetam tanto o estado emocional quanto o social. Um dos desafios frequentemente associados a essa fase é a desmotivação — um sentimento de perda de energia, propósito e prazer nas atividades do dia a dia. Entender a desmotivação sob uma ótica biopsicossocial permite uma abordagem mais completa e eficaz para lidar com os impactos dessa fase de transição.

O impacto biológico: hormônios e neurotransmissores

Biologicamente, a menopausa é marcada pela diminuição significativa dos hormônios sexuais, especialmente o estrogênio e a progesterona. Além de regularem o ciclo menstrual, esses hormônios têm um papel importante no funcionamento do cérebro. O estrogênio, por exemplo, ajuda a regular a serotonina e a dopamina, neurotransmissores associados ao prazer, à motivação e à sensação de bem-estar. Com a queda do estrogênio, há uma redução desses neurotransmissores, levando a uma sensação de apatia e falta de prazer em atividades que antes eram gratificantes.

Pense nos neurotransmissores como “combustível” emocional. Quando os níveis de serotonina e dopamina estão baixos, é como se o tanque estivesse vazio, dificultando a manutenção da motivação e da energia para realizar as tarefas diárias. O corpo, que antes funcionava com um “motor de alta performance”, agora parece operar em marcha lenta.

Além disso, o cortisol, o hormônio do estresse, pode aumentar durante a menopausa devido às mudanças hormonais e à resposta do corpo às tensões cotidianas. Níveis elevados de cortisol por longos períodos podem amplificar a sensação de cansaço e desmotivação, criando uma sensação constante de esgotamento, como se estivesse “carregando um fardo pesado” o tempo todo.

O impacto psíquico: desmotivação e autoestima

No plano psicológico, a menopausa pode ser um período de reavaliação da vida, do corpo e dos papéis sociais. Muitas mulheres lidam com uma sensação de perda de identidade, especialmente quando aspectos fundamentais de sua vida — como a fertilidade ou o papel de mãe — mudam. A percepção dessas transformações pode afetar diretamente a autoestima, gerando um sentimento de desvalorização ou inadequação.

A desmotivação, nesse sentido, pode ser vista como uma consequência do desgaste emocional provocado pelas mudanças internas e pela dificuldade em encontrar novos significados ou propósitos nessa nova fase da vida. É comum que mulheres em menopausa enfrentem a sensação de estarem “perdendo o controle” sobre aspectos importantes de sua identidade e vida pessoal.

Imagine estar dirigindo um carro, mas sem saber para onde ir. A menopausa pode trazer essa sensação de incerteza sobre o caminho a seguir, e a falta de direção muitas vezes se manifesta como desmotivação. Atividades que antes eram prazerosas perdem o brilho, e a energia para enfrentar desafios parece cada vez mais distante.

Além disso, mulheres com histórico de depressão ou ansiedade podem se sentir ainda mais vulneráveis durante essa fase. A desmotivação pode ser um sintoma que reflete a dificuldade em lidar com as mudanças emocionais, especialmente quando sentimentos de tristeza ou frustração começam a se sobrepor às expectativas de bem-estar.

O impacto social: papéis e expectativas culturais

Socialmente, a menopausa costuma ocorrer em um período de transição para muitas mulheres, que estão passando por mudanças em seus papéis familiares e profissionais. Muitas vezes, essa fase coincide com a saída dos filhos de casa ou a aposentadoria, o que pode gerar um sentimento de perda de propósito ou utilidade. Para algumas, o isolamento social também pode aumentar, à medida que os círculos de convivência mudam ou se tornam menos frequentes.

Além disso, a pressão cultural em torno do envelhecimento feminino pode intensificar a desmotivação. Vivemos em uma sociedade que valoriza a juventude e a produtividade, e mulheres na menopausa muitas vezes se sentem marginalizadas ou invisíveis. A ideia de que, ao envelhecer, perdem relevância pode criar um peso emocional adicional, reforçando a sensação de falta de energia e motivação para buscar novos desafios ou prazeres.

A comparação com outras pessoas — seja em redes sociais ou no ambiente de trabalho — pode aumentar esse sentimento de inadequação. É como estar em uma corrida em que, aparentemente, todos os outros parecem estar mais à frente, o que desestimula o desejo de continuar competindo.

A importância do autocuidado e da busca por propósito

Embora a menopausa seja uma fase de grandes transformações, é possível encontrar estratégias para lidar com a desmotivação e reencontrar o prazer e o propósito. Práticas de autocuidado, como manter uma alimentação equilibrada, realizar exercícios físicos regulares e adotar técnicas de relaxamento, podem contribuir para restaurar o equilíbrio hormonal e reduzir o estresse. Atividades como a meditação e a ioga, por exemplo, ajudam a aumentar a percepção do corpo e da mente, aliviando a sensação de cansaço constante.

Além disso, a busca por novos significados pode ser uma maneira eficaz de enfrentar a desmotivação. Encontrar novas atividades que tragam prazer ou investir em hobbies e interesses pessoais pode ser revitalizante. É importante também reavaliar os papéis sociais e encontrar novas formas de se sentir relevante, seja por meio de um novo projeto de vida ou de um envolvimento maior com atividades sociais.

Quando buscar ajuda?

Se a desmotivação se torna persistente e interfere nas atividades diárias, pode ser hora de procurar ajuda. Um psiquiatra, ao adotar uma abordagem biopsicossocial, poderá avaliar a situação de maneira mais completa e oferecer um tratamento que considere os aspectos biológicos, emocionais e sociais dessa fase.

O tratamento pode incluir antidepressivos, que ajudam a restabelecer o equilíbrio dos neurotransmissores, a terapia de reposição hormonal (TRH) quando for possível e viável, além de psicoterapia para lidar com as questões emocionais e encontrar novas formas de motivação e propósito.

A desmotivação durante a menopausa é um reflexo das complexas mudanças biológicas, psicológicas e sociais que ocorrem nessa fase. No entanto, com o suporte adequado, é possível atravessar essa fase de transição com mais equilíbrio e redescobrir novas formas de prazer e propósito na vida.

Dr Cyro Masci - autor 1
Autor: Dr. Cyro Masci
CREMESP 39126
Psiquiatra RQE CFM 9738

Dr. Cyro Masci
CREMESP 39126
Psiquiatra RQE CFM 9738

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