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Depressão de Final de Ano: como enfrentar o estresse dessa época e cuidar do bem-estar emocional

Depressão de Final de Ano: como enfrentar o estresse dessa época e cuidar do bem-estar emocional

O final de ano é um período paradoxal. Para muitos, é um tempo de celebrações e alegrias, com festas, encontros e o famoso “espírito natalino”. No entanto, para outras pessoas, essa época pode ser um verdadeiro desafio emocional. A pressão social para estar “feliz” e as comparações constantes com os outros muitas vezes podem acentuar sentimentos de tristeza, solidão e até depressão. Com o cenário festivo à vista, quem lida com dificuldades emocionais ou doenças orgânicas pode se ver ainda mais sobrecarregado por essa maré de expectativas e rituais sociais.

O peso da solidão e as comparações sociais

É como se o fim do ano fosse um reflexo de um grande espelho social. Nas vitrines iluminadas, nas fotos de família e amigos, parece que todos estão vivendo um momento de felicidade plena, enquanto, do outro lado do vidro, muitos se sentem invisíveis, excluídos ou incompletos. A solidão, muitas vezes exacerbada pela falta de conexão genuína, pode se intensificar nesse período. Ao observar o suposto “perfeito” das outras pessoas, a tendência é comparar-se e sentir-se menor, menos realizado, ou até mesmo culpado pela tristeza que se sente.

A pressão de estar em sintonia com as expectativas de uma felicidade imposta pode criar um ciclo vicioso, como se a tristeza fosse uma falha pessoal, algo a ser escondido ou mascarado. E, assim, muitas vezes nos vemos aprisionados numa constante busca por uma felicidade que não condiz com a realidade. Comparações sociais podem gerar um “efeito espelho” distorcido, onde a visão de si mesmo fica opaca e turva, como se estivéssemos olhando para um reflexo deformado daquilo que gostaríamos de ser.

Luto e a dor das ausências

Para quem viveu perdas significativas ao longo do ano, ou em anos anteriores, a época das festas pode trazer à tona a ausência daqueles que já não estão mais presentes. O Natal e o Ano Novo, tradicionalmente tempos de união familiar, podem se tornar momentos dolorosos de recordação e luto. A sensação de vazio, o “espaço” deixado pela falta de alguém, torna-se mais tangível e difícil de suportar.

O luto, muitas vezes, é tratado de forma superficial, como se todos fossem obrigados a “superar” rapidamente. No entanto, o processo de luto é profundo e individual, e não há um “prazo” para se recuperar. Durante o final de ano, as expectativas sociais de celebração podem ser particularmente difíceis para quem está enlutado, pois a dor não segue o calendário social. Para quem está lidando com a perda, o fim do ano pode ser mais uma carga emocional a ser carregada.

Banalização dos sentimentos de tristeza

O final de ano também tende a banalizar os sentimentos de tristeza. A ideia de que “todo mundo deveria ser feliz” ou “é época de alegria” cria uma pressão para esconder qualquer sinal de vulnerabilidade emocional. Isso pode ser especialmente difícil para aqueles que já sofrem de depressão ou transtornos de ansiedade. A tristeza, quando não é reconhecidas como um sentimento genuinamente humano, pode se transformar em uma sensação de inadequação e solidão ainda maior, como se estivesse sendo “errado” sentir-se triste nesse período.

A tristeza, como qualquer outro sentimento, tem um papel importante: ela nos sinaliza que algo não está bem e precisa de atenção. Mas, muitas vezes, essa dor emocional é desprezada ou reduzida a uma fraqueza, especialmente durante os meses de festas. Não existe uma “data de validade” para a tristeza, e ela não precisa ser deixada de lado apenas porque é final de ano.

O impacto do estresse nas doenças orgânicas e transtornos psiquiátricos

O final de ano também pode ser desafiador para quem sofre de doenças orgânicas, como doenças cardíacas, diabetes ou hipertensão. O estresse elevado, combinado com as mudanças no ritmo de vida — como dietas pesadas, noites mal dormidas e o acúmulo de compromissos sociais — pode agravar esses quadros. O corpo reage ao estresse como se estivesse em constante “alerta”, e essa sobrecarga pode desencadear crises, desequilíbrios hormonais ou até complicações cardiovasculares.

Para aqueles que já enfrentam transtornos psiquiátricos como depressão, transtornos de ansiedade ou distimia, o final de ano pode ser um fator desencadeante. A pressão para estar “bem” socialmente, somada à solidão ou a perdas, pode agravar o quadro clínico, tornando mais difícil lidar com as emoções e exacerbando os sintomas.

Assim como preparamos um abrigo para tempestades reais, podemos criar espaços internos de proteção emocional para os desafios do final de ano. Essas estratégias são como lanternas que iluminam a escuridão, guiando-nos com segurança por entre as “tempestades” emocionais que essa época pode trazer. Embora os ventos do estresse e as nuvens da tristeza pareçam inevitáveis, é possível atravessá-los com equilíbrio e saúde emocional.

Aqui estão algumas práticas que podem servir de bússola nesse percurso:

  • Aceitação e autocompaixão: Permita-se sentir o que sente, sem pressa de “melhorar” ou “superar”. A autocompaixão pode ser como um abrigo quente que acolhe suas emoções, sem julgá-las. Reconheça que não há um único caminho para a felicidade e que seus sentimentos são válidos, independentemente da época do ano.
  • Conecte-se com quem compreende você: Em vez de se forçar a estar onde não se sente confortável, procure aquelas pessoas que oferecem acolhimento genuíno. O apoio social, mesmo que de forma mais íntima, pode funcionar como uma âncora durante a tempestade emocional.
  • Práticas de mindfulness e respiração: O mindfulness pode ser uma ferramenta poderosa para diminuir o impacto do estresse. Dedicar alguns minutos diários para se concentrar na respiração e no momento presente pode ser como recalibrar o sistema nervoso, afastando a ansiedade e a preocupação com o futuro.
  • Estabeleça limites: O final de ano pode ser uma enxurrada de compromissos e eventos sociais. Aprender a dizer “não” quando necessário é um ato de preservação emocional. Defina seus limites de forma clara, priorizando seu bem-estar.
  • Cuide do seu corpo: Pratique exercícios físicos para aliviar o estresse, e tente manter uma alimentação equilibrada e um sono adequado. O corpo e a mente estão interligados, e o cuidado físico pode ajudar a regular o emocional.
  • Busque ajuda profissional quando necessário: Não hesite em procurar ajuda caso se sinta sobrecarregado ou incapaz de lidar com as emoções dessa época. O apoio terapêutico pode ser fundamental para superar o estresse do final de ano e tratar transtornos como a depressão ou a ansiedade.

O final de ano é um período que pode desencadear uma série de emoções conflitantes. No entanto, é importante lembrar que, embora as festas e a celebração sejam uma parte importante do calendário, o cuidado com a saúde emocional não deve ser deixado de lado. Ao lidar com a depressão de final de ano, lembre-se de que seu bem-estar emocional merece atenção, e que buscar equilíbrio é um processo contínuo, que envolve tanto a aceitação de si mesmo quanto a procura por estratégias saudáveis de enfrentamento. Ao se permitir viver esse período com mais calma e autenticidade, você pode atravessar o final de ano de forma mais tranquila e resiliente.

Serviço: O Centro de Valorização da Vida (CVV), através do número 188, está disponível 24 horas por dia para ouvir e acolher.

Dr Cyro Masci - autor 1
Autor: Dr. Cyro Masci
CREMESP 39126
Psiquiatra RQE CFM 9738
Psiquiatria Integrativa

Depressão de Final de Ano: como enfrentar o estresse dessa época e cuidar do bem-estar emocional

Depressão de Final de Ano: como enfrentar o estresse dessa época e cuidar do bem-estar emocional

O final de ano é um período paradoxal. Para muitos, é um tempo de celebrações e alegrias, com festas, encontros e o famoso “espírito natalino”. No entanto, para outras pessoas, essa época pode ser um verdadeiro desafio emocional. A pressão social para estar “feliz” e as comparações constantes com os outros muitas vezes podem acentuar sentimentos de tristeza, solidão e até depressão. Com o cenário festivo à vista, quem lida com dificuldades emocionais ou doenças orgânicas pode se ver ainda mais sobrecarregado por essa maré de expectativas e rituais sociais.

O peso da solidão e as comparações sociais

É como se o fim do ano fosse um reflexo de um grande espelho social. Nas vitrines iluminadas, nas fotos de família e amigos, parece que todos estão vivendo um momento de felicidade plena, enquanto, do outro lado do vidro, muitos se sentem invisíveis, excluídos ou incompletos. A solidão, muitas vezes exacerbada pela falta de conexão genuína, pode se intensificar nesse período. Ao observar o suposto “perfeito” das outras pessoas, a tendência é comparar-se e sentir-se menor, menos realizado, ou até mesmo culpado pela tristeza que se sente.

A pressão de estar em sintonia com as expectativas de uma felicidade imposta pode criar um ciclo vicioso, como se a tristeza fosse uma falha pessoal, algo a ser escondido ou mascarado. E, assim, muitas vezes nos vemos aprisionados numa constante busca por uma felicidade que não condiz com a realidade. Comparações sociais podem gerar um “efeito espelho” distorcido, onde a visão de si mesmo fica opaca e turva, como se estivéssemos olhando para um reflexo deformado daquilo que gostaríamos de ser.

Luto e a dor das ausências

Para quem viveu perdas significativas ao longo do ano, ou em anos anteriores, a época das festas pode trazer à tona a ausência daqueles que já não estão mais presentes. O Natal e o Ano Novo, tradicionalmente tempos de união familiar, podem se tornar momentos dolorosos de recordação e luto. A sensação de vazio, o “espaço” deixado pela falta de alguém, torna-se mais tangível e difícil de suportar.

O luto, muitas vezes, é tratado de forma superficial, como se todos fossem obrigados a “superar” rapidamente. No entanto, o processo de luto é profundo e individual, e não há um “prazo” para se recuperar. Durante o final de ano, as expectativas sociais de celebração podem ser particularmente difíceis para quem está enlutado, pois a dor não segue o calendário social. Para quem está lidando com a perda, o fim do ano pode ser mais uma carga emocional a ser carregada.

Banalização dos sentimentos de tristeza

O final de ano também tende a banalizar os sentimentos de tristeza. A ideia de que “todo mundo deveria ser feliz” ou “é época de alegria” cria uma pressão para esconder qualquer sinal de vulnerabilidade emocional. Isso pode ser especialmente difícil para aqueles que já sofrem de depressão ou transtornos de ansiedade. A tristeza, quando não é reconhecidas como um sentimento genuinamente humano, pode se transformar em uma sensação de inadequação e solidão ainda maior, como se estivesse sendo “errado” sentir-se triste nesse período.

A tristeza, como qualquer outro sentimento, tem um papel importante: ela nos sinaliza que algo não está bem e precisa de atenção. Mas, muitas vezes, essa dor emocional é desprezada ou reduzida a uma fraqueza, especialmente durante os meses de festas. Não existe uma “data de validade” para a tristeza, e ela não precisa ser deixada de lado apenas porque é final de ano.

O impacto do estresse nas doenças orgânicas e transtornos psiquiátricos

O final de ano também pode ser desafiador para quem sofre de doenças orgânicas, como doenças cardíacas, diabetes ou hipertensão. O estresse elevado, combinado com as mudanças no ritmo de vida — como dietas pesadas, noites mal dormidas e o acúmulo de compromissos sociais — pode agravar esses quadros. O corpo reage ao estresse como se estivesse em constante “alerta”, e essa sobrecarga pode desencadear crises, desequilíbrios hormonais ou até complicações cardiovasculares.

Para aqueles que já enfrentam transtornos psiquiátricos como depressão, transtornos de ansiedade ou distimia, o final de ano pode ser um fator desencadeante. A pressão para estar “bem” socialmente, somada à solidão ou a perdas, pode agravar o quadro clínico, tornando mais difícil lidar com as emoções e exacerbando os sintomas.

Assim como preparamos um abrigo para tempestades reais, podemos criar espaços internos de proteção emocional para os desafios do final de ano. Essas estratégias são como lanternas que iluminam a escuridão, guiando-nos com segurança por entre as “tempestades” emocionais que essa época pode trazer. Embora os ventos do estresse e as nuvens da tristeza pareçam inevitáveis, é possível atravessá-los com equilíbrio e saúde emocional.

Aqui estão algumas práticas que podem servir de bússola nesse percurso:

  • Aceitação e autocompaixão: Permita-se sentir o que sente, sem pressa de “melhorar” ou “superar”. A autocompaixão pode ser como um abrigo quente que acolhe suas emoções, sem julgá-las. Reconheça que não há um único caminho para a felicidade e que seus sentimentos são válidos, independentemente da época do ano.
  • Conecte-se com quem compreende você: Em vez de se forçar a estar onde não se sente confortável, procure aquelas pessoas que oferecem acolhimento genuíno. O apoio social, mesmo que de forma mais íntima, pode funcionar como uma âncora durante a tempestade emocional.
  • Práticas de mindfulness e respiração: O mindfulness pode ser uma ferramenta poderosa para diminuir o impacto do estresse. Dedicar alguns minutos diários para se concentrar na respiração e no momento presente pode ser como recalibrar o sistema nervoso, afastando a ansiedade e a preocupação com o futuro.
  • Estabeleça limites: O final de ano pode ser uma enxurrada de compromissos e eventos sociais. Aprender a dizer “não” quando necessário é um ato de preservação emocional. Defina seus limites de forma clara, priorizando seu bem-estar.
  • Cuide do seu corpo: Pratique exercícios físicos para aliviar o estresse, e tente manter uma alimentação equilibrada e um sono adequado. O corpo e a mente estão interligados, e o cuidado físico pode ajudar a regular o emocional.
  • Busque ajuda profissional quando necessário: Não hesite em procurar ajuda caso se sinta sobrecarregado ou incapaz de lidar com as emoções dessa época. O apoio terapêutico pode ser fundamental para superar o estresse do final de ano e tratar transtornos como a depressão ou a ansiedade.

O final de ano é um período que pode desencadear uma série de emoções conflitantes. No entanto, é importante lembrar que, embora as festas e a celebração sejam uma parte importante do calendário, o cuidado com a saúde emocional não deve ser deixado de lado. Ao lidar com a depressão de final de ano, lembre-se de que seu bem-estar emocional merece atenção, e que buscar equilíbrio é um processo contínuo, que envolve tanto a aceitação de si mesmo quanto a procura por estratégias saudáveis de enfrentamento. Ao se permitir viver esse período com mais calma e autenticidade, você pode atravessar o final de ano de forma mais tranquila e resiliente.

Serviço: O Centro de Valorização da Vida (CVV), através do número 188, está disponível 24 horas por dia para ouvir e acolher.

Dr Cyro Masci - autor 1
Autor: Dr. Cyro Masci
CREMESP 39126
Psiquiatra RQE CFM 9738

Dr. Cyro Masci
CREMESP 39126
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