E aí, correndo muito?
Responda depressa: quantas vezes você teve que responder nos últimos 30 dias à pergunta: “e aí, correndo muito?” ou a similares, como “trabalhando muito?” ou qualquer outra pergunta que em síntese significa que se você faz as coisas com vagar, uma a cada vez, isso só pode significar que você está doente ou desistiu da vida.
Não sei ao certo a origem dessa crença infundada de que se você quer ser alguém tem que correr. É claro que existem momentos em que se você não se apressar, vai perder o trem da oportunidade, mas essa não é uma regra que se aplica a todo momento por toda a vida.
No fundo parece que estamos sempre buscando a paz de espírito, só que ela apenas pode aparecer no futuro! Primeiro vem o dinheiro, depois vem a família, depois vem a vida social, depois vem o depois que fica sempre para depois, não necessariamente nessa ordem, mas sempre de modo apressado. E a paz de espírito, onde fica? Ou melhor, aonde começa? Ou ainda, será que ela existe mesmo?
Grande parte da satisfação que encontramos nesta vida vem do fato de conseguirmos equilibrar as demandas e exigências do dia-a-dia com nossas aptidões e habilidades de todos os tipos.
Quando as demandas e exigências são maiores que nossas aptidões, sentimos sobrecarga. E quando as nossas aptidões e habilidades são maiores que os desafios da vida, sentimos tédio. Daí a equilibrar uma (falsa) exigência de fazer cada vez mais em menos tempo com uma aptidão pessoal de ser rapidinho, é só um passo.
Nossa cultura privilegia a pressa. Ela, a pressa, parece aquele pedacinho de madeira que jogamos para um cão ir buscar. A cada vez jogamos mais longe, a cada vez mais alto, e o cachorro sai correndo abanando o rabo todo feliz. Agimos assim a maior parte do tempo sem parar para pensar, mesmo porque a pressa não permite esse luxo. A maior armadilha da pressa é dar a impressão de que é um instrumento para se chegar a algum lugar, quando na verdade é um fim em si mesma!
Afinal, o que desejamos da vida? O que é realmente importante? Aonde está escrito que a felicidade deve ser postergada indefinidamente para jogarmos o jogo da sobrevivência? Especialmente, quem disse que não é possível ter paz de espírito enquanto se vive o cotidiano?
O truque parece ser mudar o desafio da pressa pelo desafio do aprimoramento. Se não for possível em todos os momentos, que pelo menos algumas horas do dia sejam guardadas para fazer seja lá o que for com total concentração, aprimorando em especial as aptidões de perseverança e tranqüilidade. Se não for possível em todos os momentos do trabalho, ao menos numa parcela desse tempo.
Simplesmente fazer o que é necessário que seja feito de modo gradual, sem pressa, ou melhor, sem a ansiedade antecipatória de desejar terminar aquilo o mais rápido possível para ir fazer outra coisa que deve também ser descartada o mais rápido possível, e assim por diante…
Estou aqui comentando que a pressa é uma questão de hábito. Mas, para ser verdadeiro, é preciso dizer que pessoas portadoras de Transtorno de Ansiedade ou Deficit de Atenção com Hiperatividade são muitas vezes prisioneiras dessa afobação por conta de seu transtorno psiquiátrico. E ai, nessas circunstâncias, é imprescindível realizar tratamento especializado.
Se mudanças no estilo de vida não estão conseguindo reduzir a agitação, a pressa exagerada,
é tempo de procurar ajuda!!!
Cyro Masci
E aí, correndo muito?
Responda depressa: quantas vezes você teve que responder nos últimos 30 dias à pergunta: “e aí, correndo muito?” ou a similares, como “trabalhando muito?” ou qualquer outra pergunta que em síntese significa que se você faz as coisas com vagar, uma a cada vez, isso só pode significar que você está doente ou desistiu da vida.
Não sei ao certo a origem dessa crença infundada de que se você quer ser alguém tem que correr. É claro que existem momentos em que se você não se apressar, vai perder o trem da oportunidade, mas essa não é uma regra que se aplica a todo momento por toda a vida.
No fundo parece que estamos sempre buscando a paz de espírito, só que ela apenas pode aparecer no futuro! Primeiro vem o dinheiro, depois vem a família, depois vem a vida social, depois vem o depois que fica sempre para depois, não necessariamente nessa ordem, mas sempre de modo apressado. E a paz de espírito, onde fica? Ou melhor, aonde começa? Ou ainda, será que ela existe mesmo?
Grande parte da satisfação que encontramos nesta vida vem do fato de conseguirmos equilibrar as demandas e exigências do dia-a-dia com nossas aptidões e habilidades de todos os tipos.
Quando as demandas e exigências são maiores que nossas aptidões, sentimos sobrecarga. E quando as nossas aptidões e habilidades são maiores que os desafios da vida, sentimos tédio. Daí a equilibrar uma (falsa) exigência de fazer cada vez mais em menos tempo com uma aptidão pessoal de ser rapidinho, é só um passo.
Nossa cultura privilegia a pressa. Ela, a pressa, parece aquele pedacinho de madeira que jogamos para um cão ir buscar. A cada vez jogamos mais longe, a cada vez mais alto, e o cachorro sai correndo abanando o rabo todo feliz. Agimos assim a maior parte do tempo sem parar para pensar, mesmo porque a pressa não permite esse luxo. A maior armadilha da pressa é dar a impressão de que é um instrumento para se chegar a algum lugar, quando na verdade é um fim em si mesma!
Afinal, o que desejamos da vida? O que é realmente importante? Aonde está escrito que a felicidade deve ser postergada indefinidamente para jogarmos o jogo da sobrevivência? Especialmente, quem disse que não é possível ter paz de espírito enquanto se vive o cotidiano?
O truque parece ser mudar o desafio da pressa pelo desafio do aprimoramento. Se não for possível em todos os momentos, que pelo menos algumas horas do dia sejam guardadas para fazer seja lá o que for com total concentração, aprimorando em especial as aptidões de perseverança e tranqüilidade. Se não for possível em todos os momentos do trabalho, ao menos numa parcela desse tempo.
Simplesmente fazer o que é necessário que seja feito de modo gradual, sem pressa, ou melhor, sem a ansiedade antecipatória de desejar terminar aquilo o mais rápido possível para ir fazer outra coisa que deve também ser descartada o mais rápido possível, e assim por diante…
Estou aqui comentando que a pressa é uma questão de hábito. Mas, para ser verdadeiro, é preciso dizer que pessoas portadoras de Transtorno de Ansiedade ou Deficit de Atenção com Hiperatividade são muitas vezes prisioneiras dessa afobação por conta de seu transtorno psiquiátrico. E ai, nessas circunstâncias, é imprescindível realizar tratamento especializado.
Se mudanças no estilo de vida não estão conseguindo reduzir a agitação, a pressa exagerada,
é tempo de procurar ajuda!!!
Cyro Masci